Praczvk pegou documento de fiel para benzê-lo e o usou para registrá-la como fantasma |
As informações são da Paraná TV, emissora afiliada à Rede Globo.
Praczyk teria embolsado R$ 35 mil correspondentes ao salário de 2001 a 2005 dessa funcionária fantasma.
A denúncia do MP teve como base investigações da Polícia Federal.
Há suspeita de que Praczyk teria aplicado o mesmo tipo de golpe em relação a outros fieis da Universal, com ou sem o conhecimento deles, porque, na equipe de seu gabinete, há mulheres de pastores, pastores e obreiros.
O deputado nega as acusações, mas reconheceu que os cargos de confiança de seu gabinete estão preenchidos por pessoas de sua religião. “Tem algo de irregular nisso?”
Praczyk é presidente da Comissão de Ética da Assembleia Legislativa do Paraná.
De acordo com a Paraná TV, a Polícia Federal apurou que em 2001 Luiz Alberto de Lima, chefe de gabinete do deputado, obteve da dona de casa e fiel da Universal Rosimere de Amorim documento para benzê-lo, de modo que ela superasse uma crise financeira.
Praczyk teria usado esse documento para registrar Rosimere como funcionária.
A emissora de TV procurou Rosimere em seu suposto local de trabalho e não a encontrou. Ela já tinha afirmado que nunca colocou os pés no gabinete do Praczyk, o qual, aliás, disse, nem sequer conhecia.
A Polícia Federal apurou que a dona de casa foi nomeada por Praczyk em 2001 com o salário de R$ 1,2 mil, sendo exonerada em 2002. No período, a funcionária fantasma recebeu 11 salários.
Rosimere voltou a ser incluída na folha de pagamento do gabinete do deputado em 2004, com salário de R$ 2,8 mil. Cinco meses depois, ela foi exonerada de novo.
Em 2005, o gabinete de Praczyk nomeou pela terceira vez a dona de casa para cargo de confiança, desta vez com salário acima de R$ 2,8 mil.
A servidora Micheli Borges da Silva teria procuração para receber o salário de Rosimere e provavelmente de outros fantasmas, repassando o dinheiro ao deputado.
Praczyk negou que havia em seu gabinete esse esquema de movimentação de salário e disse que nenhum funcionário controla conta de outras.
Segundo ele, o que houve foi um caso isolado: uma funcionária pediu a outra ajuda na solicitação de um cartão de crédito. “Foi apenas isso.”
Ao se defender em plenário da reportagem da Paraná TV, Praczyk se colocou como vítima de perseguição e de “mentiras” da emissora que, segundo ele, se valeu de “uma denúncia encomenda”. Não disse quem teria feito a encomenda.
“Eu sou um pastor de uma instituição [Igreja Universal] ligada à Record e a Record incomoda a Globo”, disse.
No plenário, Praczyk só saiu da posição de vítima para ataques pessoais ao repórter Marcelo Rocha, da Paraná TV. Por três vezes, ele chamou o repórter de “narigudo” e de estar ressentido por não ganhar tanto quanto a servidora Micheli, R$ 10.700.
Em nenhum momento ele criticou a Polícia Federal, que o mantém na mira há algum tempo. Só sobrou crítica para o repórter de "nariz avantajado".
Praczyk é também suspeito de ter usado o cargo de presidente da Comissão de Ética para livrar o deputado Nelson Justus (DEM) de cassação por causa de denúncias de que teria feito contratações irregulares em 2008 de servidores para ficar com o salário deles.
Praczyk é também suspeito de ter usado o cargo de presidente da Comissão de Ética para livrar o deputado Nelson Justus (DEM) de cassação por causa de denúncias de que teria feito contratações irregulares em 2008 de servidores para ficar com o salário deles.
Trata-se de um crime parecido com aquele que Praczyk teria cometido. O de ter funcionários fantasmas para se locupletar com dinheiro dos cofres públicos.
Com informação da Paraná TV, da Assembleia Legislativa do Paraná e de outras fontes. A foto é de divulgação.