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Relato de quem tem lábio leporino

em sexta-feira, 3 de julho de 2015

Não acho que uma pessoa consiga viver sem amigos. Eu sempre achei a vida muito difícil. Para quem não me conhece eu nasci com uma deformidade chamada de Lábio Leporino. O meu palato era aberto e por causa disso tenho dificuldade na fala. Ela é fanha e fui e ainda sou muito soado por isso. Lembro que quando era criança tinha o dente da frente bastante grande e um nariz achatado. As crianças da escola gostavam de me apelidar.

Também não eram só as crianças que gostavam de me colocar apelido, tinha alguns adultos também eles olhavam para mim e sorriam como se eu tivesse algo de engraçado. Segundo alguns deles eu tinha o nariz de coelho, eu me sentia confrontados com aquelas piadas. Com o tempo começaram a falar que eu tinha o nariz de porco, e outas vezes imitavam minha voz.
Sentia-me e triste e sem defesa. Por causa disso não gostava de ir a escola e sempre chorava antes de ir.

Minha mãe que sempre me ajudou, conseguiu que me levasse a Bauru que é interior de São Paulo e também onde fica o hospital que faz cirurgias na face. O nome do hospital é centrinho. Na escola, Por causa do problema na fala, tive muito problema em aprender a ler, os professores não tinham paciência em ensinar.

Só que nem tudo foi coisa ruim, um dia fui estudar na mesma escola que meus irmãos, lá encontrei uma professora muito boa e paciente, nesse período conseguir fazer amizades e fui muito feliz mesmo sabendo que os problemas não tinham acabado.
Tinha amigos que me “adoravam”, e eu me sentia muito bem perto deles. Um dia um deles disse o seguinte: “Eu entendo tudo que o Paulo fala”.
Nunca conseguir esquecer essas palavras. Um deles até traduzia oque eu falava quando alguém não entendia.

Mas infelizmente eu e minha família tivemos que mudar de cidade e não tive tempo de me despedir, pois cada um morava em bairro diferente. Na nova cidade não conseguir fazer amizade, pois não conseguir esquecer minha fissura e acabei entrando em depressão e até esse exato momento continuo com esse problema. Nunca mais encontrei amigos como na antiga cidade. Eu tentei fazer amizade com um “colega”, mas não deu certo e me sentir arrasado.
Cada dia sentia mais e mais vergonha da minha voz. Quando me mudei para a nova cidade eu tinha onze anos.

Hoje estou com vinte anos e solitário. Eu já sofri bastante e hoje já não sinto aquela vontade de viver. Hoje já não consigo fazer amizades e ser feliz. Não vou contar detalhes da minha vida, pois não é esse o foco do artigo.


Quero deixar um recado para aqueles que tiveram ou tem filhos que nasceram com essa deformidade: cuide bem dos seus filhos, pois não é fácil viver nessa terra, imagine, uma pessoa que nasce sem nenhuma deformidade (deficiência), são vítimas de bullying então imagine quem nasce com lábio leporino. Não deixe que ele seja vítima de qualquer tipo de preconceito. Sou vítima de preconceito, se minha mãe me protegesse contra os preconceitos que sofri eu não estaria sofrendo e caído nessa depressão grave. Não sei se ainda viverei por muito tempo, pois viver dói muito.

Paulo Gustavo
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Sofri por ter nascido com lábio leporino

em sábado, 20 de dezembro de 2014


Quando era criança, existia e ainda existe minha fissura. Sofri preconceitos na rua e em casa. Posteriormente também na escola. Tinha três irmãos, uma irmã minha gostava de me suar até me encher de lagrimas ela tinha o prazer em ver chorar. Sempre tive poucos amigos, mas os poucos amigos que eu tinha era um tesouro. Não foi fácil fazer amizade. Minha voz mata-me de vergonha, raramente falo com alguém. É difícil as pessoas me entenderem, isso me choca.  Meu primeiro dia de escola foi um desastre. Na sala ninguém queria ficar perto de
mim. Fizeram um horror contra mim. Certo dia a professora pediu para gente colocar nossas mochilas em cima de uma cadeira. professora disse: “Vou sair, mas é rápido, não se esqueçam de colocar as mochilas em cima da cadeira”.  Foi um xeque mate para mim. Os pequenos alunos foram colocar as mochilas na cadeira, mas quando fui colocar a minha fui humilhado por praticamente por todos os alunos. Eles não aceitavam minha mochila perto das deles.

Um foi até a cadeira e jogou minha mochila no chão, a turma ficou feliz quando um deles fez aquilo. Eles começaram a me chamar de tudo que não presta apenas para me humilhar. Um me chamava de nariz de porco e zoavam da minha voz.  Não foi um nem dois que jogaram a mochila. Eu sempre ajuntava a mochila e colocar no mesmo lugar. Mas houve um momento que eu não aguentava mais tanta humilhação. Comecei a chorar e coloquei a mochila o mais próximo de mim. Quando a professora chegou ela viu que minha mochila não estava na cadeira então falou horrores para mim.  Até hoje. Quando é no primeiro dia de escola eu tenho receio e medo de ser humilhado como em outra escola.
Não tinha saída para mim, eu sofria bullying em casa na rua e na escola. Eu não tinha amigo quando era criança, tive colegas. Fui me afastando das pessoas, pois não queria, mas sofrer. Em 2005 eu já estudava em outra escola. Lá eu conseguir fazer amizades, mas não por muito tempo. Tive de mudar de cidade e tudo deu errado para mim, não consigo, mas fazer amigos. Tenho vergonha de mim, tenho vergonha da minha fala. Hoje me isolo no quarto tomando remédios que achei que nunca ia precisar tomar. 


Isso que falei é um pequeno resumo do que já passei. 
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