Dinheiro de doações em igreja foi usado para apoiar carreira de sua esposa como cantora
O fundador de uma grande igreja popular de Cingapura foi considerado culpado nesta quarta-feira pela apropriação indébita de cerca de US$ 35 milhões em doações. O dinheiro, segundo a acusação, foi usado para apoiar a carreira de cantora de sua esposa na
Ásia, antes de ajudá-la a entrar no mercado dos EUA para fins de evangelização.
Kong Hee, o fundador e principal pastor da igreja City Harvest, recebeu a acusação junto com cinco outros líderes da igreja por roubar US$ 17 milhões designados à construções e investimentos considerados falsos. O Tribunal de Justiça do Estado também descobriu que eles usaram mais de US$ 18 milhões para ocultar o desfalque dos auditores.
O caso vem sendo considerado um escândalo, porque crimes dessa natureza são raros em Cingapura. Ainda não foi definida nenhuma sentença para os culpados, mas a penalidade por quebra de confiança criminosa pode levar à prisão perpétua, enquanto a falsificação de contas pode gerar dez anos de prisão e multa.
O juiz See Kee Onn disse que as evidências levam à conclusão de que os envolvidos sabiam que estavam agindo de forma desonesta:
- Sou incapaz de concluir de outra forma - disse ele, diante de um tribunal lotado com os fiéis da igreja, que formaram longas filas desde cedo para garantir lugar.
O julgamento colocou as mega-igrejas, que têm ganhado cada vez mais popularidade em Cingapura, no centro das atenções. Apesar das evidências contra os líderes da instituição, os membros se uniram em torno deles desde que o caso começou a ser apurado em 2012. Segundo eles, os fundos foram corretamente utilizados para financiar um projeto da igreja cujo objetivo é justamente usar a música pop para chegar aos "não-crentes". E a esposa de Kong, Ho Yeow Sun, é a líder do projeto.
Com informações do O Globo