Ismael Osmar Mostefai, de 29 anos e único suspeito identificado,
frequentaria com regularidade a mesquita, onde teria se radicalizado e feito
contato com religiosos vindos da Bélgica.
O jornal Estadão foi um dos primeiros meios de comunicação a
visitar o local, nesta manhã. Mas a ordem dos religiosos é a de simplesmente
não dar qualquer informação. “Não posso dizer se eu conhecia Ismael ou não”,
disse o vice-presidente da Associação Muçulmana de Lucé, Karin Bem Ayat.
O presidente da Associação não disfarçava o mal-estar. Mas
também se recusava a dizer se sabia quem era o suspeito. Não sei se eu sei quem
ele é. Talvez sim, mas não tenho como afirmar”, disse.
Os dois religiosos criticaram o fato de as autoridades
francesas terem declarado que Mostefai frequentava o local. “O que eles querem dizer
com isso ?”, disse Ayat.
“Obviamente que querem implicar o Islâ e dizer que somos
todos iguais”, afirmou. Rejeitamos qualquer amálgama”, insistiu.
Os fiéis e vizinhos a mesquita. “Não podemos pedir a
carteira de identidade de cada um que entra aqui,” disse um fiel, que se
recusou a dar seu nome.
Questionado se conhecia um religioso que teria vindo da
Bélgica, o fiel se mostrou irritado. “O que isso tem a ver com a história?”,
disse. Somos franceses e não temos culpa de ser muçulmanos. “Eu trabalho como
qualquer outra pessoa”, disse.
Na cidade ao lado, Chartre, as autoridades não escondem que
foi a partir do local que um centro de radicalização teria sido registrado.