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Pastor Marcos Pereira é investigado por tortura contra crianças, abuso sexual e envolvimento com o tráfico

em terça-feira, 13 de março de 2012



Investigado pela polícia por causa das denúncias feitas pelo líder do Afro-Reggae, o pastor Marcos Pereira é agora acusado de abuso sexual, tortura de crianças e envolvimento com traficantes de drogas.
O líder da Igreja Assembleia de Deus dos Últimos Dias, conhecido pelo trabalho que faz em presídios, ganhou notoriedade nacional depois de pôr fim a uma sangrenta rebelião em um presídio do Rio, a pedido do então governador Anthony Garotinho. Desde então o pastor conquistou respeito em rodas que mesclam políticos, desembargadores, artistas e uma vasta turma egressa de ONGs.
Porém em um inquérito recém-instaurado contra o pastor ele é acusado de encenações de cura pela fé, estupro, tortura de crianças e relações criminosas com as pessoas que ele supostamente teria resgatado do crime. De acordo com a revista Veja, o inquérito que se encontra na Delegacia de Combate às Drogas do Rio contém o testemunho de um homem que trabalhou ao lado de
Pereira por seis anos e agora revela os detalhes do envolvimento do pastor com o crime.
 O ex-fiel conta como Marcos Pereira apoiou a violenta onda de Terror que assolou Rio de Janeiro em 2006 e como visava que atrocidades ainda maiores fossem cometidas: “Ele queria que os bandidos tivessem até explodido a Ponte Rio-Niterói. O objetivo era aparecer depois como o intermediário salvador”, afirma.
Outra testemunha alega que “Marcos foi ao presídio de Bangu 1 e saiu de lá com um recado dos chefões do tráfico para que suas quadrilhas dessem sequência à carnificina”. Essa testemunha alega ainda ter sido ela própria quem repassou a ordem dos criminosos nas favelas.
Antigo braço direito de Marcos, o pastor Rogério Ribeiro de Menezes, 39 anos, que agora trabalha com a ONG Afro-Reggae, conta que foi ameaçado de morte pelo pastor e relata detalhes do envolvimento dele com traficantes. Menezes conta que Marcos Pereira chegava a cobrar R$ 20 mil dos traficantes para pregar nas favelas, mantendo assim as bases assistencialistas dos bandidos.
Duas mulheres, que afirmam terem sido violentadas sexualmente pelo pastor, contam como a igreja se tornou um show de horrores no qual lhes cabia o papel de vítimas. De acordo com relatos da polícia, uma das moças afirma que Marcos obrigava as fiéis de sua preferência a manter relações sexuais com outros homens, em orgias das quais também participava. “Depois, mandava a gente confessar tudo com outro pastor, sem revelar nomes, é claro”, explica.
O inquérito traz também denuncias de crueldades contra crianças que o pastor mantinha sob sua guarda, em geral abandonadas pelos pais. Um ex-assessor do pastor relata também que curas e milagres mostrados na igreja de Marcos Pereira não passam de encenações teatrais: “Ele dava dinheiro a viciados para comprarem droga, filmava a turma em degradação e depois levava para a igreja, como se os estivesse salvando”, afirma o ex-assessor, que relata também encenações de curas físicas.
Fonte: Gospel+
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Pr. Marcos Pereira se defende de fortes denúncias publicadas no jornal ‘Extra’

em sábado, 3 de março de 2012


O jornal “Extra” desta quarta-feira publicou uma entrevista onde o líder do grupo AfroReggae, José Junior, faz fortes denúncias contra o líder da Assembleia de Deus dos Últimos Dias, pastor Marcos Pereira.

Entre as acusações, José Junior (coordenador da ONG que trabalha integrando socialmente indivíduos por meio da cultura) afirma que Marcos Pereira é a “maior mente criminosa do Rio de Janeiro” e o responsabiliza pelos ataques que aterrorizaram a cidade no fim de 2006, logo após a eleição de Sérgio Cabral para governador do estado.

O líder do AfroReggae disse ainda que se algum membro de sua ONG for assassinado, o mandante é
o pastor Marcos Pereira.

Leia na íntegra a nota de esclarecimento divulgada nesta quarta-feira no portal da Assembleia de Deus dos Últimos Dias
Recebi com surpresa e indignação a notícia publicada no Jornal O Extra, edição do dia 29 de fevereiro de 2012, formulada pelo líder da ONG AFRO REGGAE – Sr. José Junior sobre meu envolvimento com ações criminosas.
O trabalho social e religioso que realizo desde o início da década de 90 anos é hoje reconhecido em todo o Estado do Rio de Janeiro e em diversos Estados do Brasil, e é comprovado pelas milhares de pessoas que tiramos da dependência das drogas e do mundo do crime.
Porém, durante muitos anos atraímos o olhar desconfiado de muitas pessoas, o que me colocou sob investigação e monitoramento intenso e permanente dos órgãos policiais, sem que nenhuma, repito, nenhuma ligação minha ou da Igreja que presido tenha sido identificada. Trabalhar com criminosos visando a sua recuperação é diferente de se envolver com criminosos, e esta fronteira eu nunca ultrapassei.
As acusações que contra mim são feitas, graves e que agridem a minha honra pessoal, a imagem da Igreja que presido e sobretudo a obra que realizamos ao longo destes últimos 20 anos, precisam ser investigadas, profundamente investigadas, para que a verdade aflore e esta farsa forjada pelo meu acusador, cujo objetivo, me parece, é tão somente o de auto-promoção, seja desmontada. A seguir, recorrerei à Justiça dos homens, para a reparação devida. Quanto à Justiça de Deus, não tenho dúvida de que será feita.
Não desviarei da minha obra nem do meu trabalho e da minha missão pastoral, que é a de salvar e resgatar vidas .
São João de Meriti, em 29 de fevereiro de 2012.

José Júnior - Líder do AfroReggae
O escândalo veio à tona depois que o jornal “Extra” publicou, nesta quarta-feira, uma entrevista com José Junior, que disparou acusações contra Marcos Pereira. Leia abaixo:

Qual era a sua relação com o pastor Marcos?
O pastor é uma pessoa que eu ajudei muito. Conheci os trabalhos de ressocialização dele em 2006, 2007. Muitas pessoas do bem já tentavam nos aproximar. Eu botei ele bem na fita. Mas o mesmo cara que botou ele bem na fita está falando (mal) dele. Não tem contradição. Na verdade, eu me sinto traído. Porque eu defendi o cara.

Em qual momento houve esse estremecimento?
Ele já falava mal de mim antes, e eu descobri com pessoas do tráfico porque ele me via como concorrente. Até um tempo atrás, as pessoas só tinham uma opção de largar o crime: ir para a igreja dele. Por mais que tivesse o AfroReggae, ele era em (grande) escala e eu era no varejo. Agora, a situação se inverteu: eu pego em escala e ele, no varejo. Ele começou a me ver como concorrente e passou a falar isso nas favelas.

Qual foi o estopim do rompimento entre vocês?
Depois de um programa do “Conexões Urbanas”, que foi ao ar logo após a queda do helicóptero (da PM, derrubado por traficantes no Morro dos Macacos em outubro de 2009), mas que havia sido gravado meses antes, houve uma segunda leva de transferências de traficantes. E ele (pastor) foi a várias favelas dizer que eles foram transfertidos por causa do meu programa, e não por causa do helicóptero. Quando ele faz isso, ele decreta a minha pena de morte. Até que, em 2010, você pega uma carta para (o presídio federal de) Catanduvas que, além de mandar atacar as UPPs e coisa e tal, pedia autorização para me matar.

Por que você não foi morto?
Sou um defunto muito caro.

Você atribui crimes a ele?
Os ataques no Rio, ele foi o mentor dos ataques. Todos. No de 2006, ele estava por trás. Esses traficantes são estagiários perto dele. Ele manipula os traficantes. Alemão 2010 (os ataques antes da ocupação do conjunto de favelas)? Ele está envolvido. Sabe que ele fazia nos presídios? Mandava fazer rebelião para ele ir lá. Por isso ele foi proibido de entrar. Ele mandava (fazer) uma rebelião e dizia “Olha, me chama, faz uma bagunça e manda me chamar”.

São acusações graves…

Eles quatro (aponta para pessoas que trabalham no AfroReggae, que estavam na sala) foram bandidos, eles trabalharam para o crime. Mas ele (pastor Marcos) inverteu a lógica: é o crime que passou a trabalhar para ele. A lógica se inverteu pela primeira vez. Esse cara não está a serviço do crime: o crime está a serviço dele.

Mas o que motivaria isso? Poder? Dinheiro?
O pastor Marcos Pereira ele é um psicopata. Ele é um cara do mal. Talvez seja a maior mente criminosa do Rio de Janeiro. Ele toma atitudes criminosas. Não se satisfaz somente em ter dinheiro, como também quer que as pessoas que competem com ele sejam mortas. Ele é um cara que fez o bem? Fez para muita gente. Ele sempre foi bandido? Acho que não. Mas o poder prostitui. Acho que, quando eu o conheci, ele já estava prostituído.

O que motivou você a fazer essas denúncias?
Eu não posso me omitir ou deixar de fazer o que a gente faz (no AfroReggae). Se aparecer, algum dia, arma dentro do AfroReggae, foi ordem ele. Se aparecer cocaína, foi ele quem mandou colocar, para desmoralizar. Se me acontecer qualquer coisa, Marcos Pereira da Silva é o responsável. Ele é o mandante. Ele só não apertou o gatilho, mas ele botou pilha para o cara apertar o gatilho.

Ainda na publicação do jornal carioca, o pastor Marcos Pereira negou as acusações

O pastor Marcos Pereira da Silva atribuiu as acusações à “dor de cotovelo” de José Junior. De acordo com ele, o coordenador do AfroReggae “deve estar sentindo inveja”.

“É uma hipótese. Ele deve estar sentindo inveja do meu trabalho. Antes de ele fazer trabalho de ressocialização, eu já fazia isso. Eu já faço trabalho há alguns anos”, destaca Marcos Pereira.

O pastor afirma que José Júnior teve a cabeça “envenenada” por um ex-pastor que saiu insatisfeito da sua igreja (Assembleia de Deus dos Últimos Dias). Marcos Pereira conta que não fala com José Junior há cerca de dois anos.

Na última vez que conversaram, os dois discutiram. José Júnior lembrou da ocasião. Ele disse que ligou para o pastor para reclamar de o religioso estar denegrindo sua imagem nas favelas.

“Quando a gente se conheceu, foi o José Júnior quem me procurou. Não eu. Ele veio até mim trazido pela mão de um parente do (traficante) Marcinho VP. Levei-o a várias comunidades. Por sinal, o AfroReggae me homenageou duas vezes, ressalta o pastor Marcos.

O líder da Assembleia de Deus dos Últimos Dias nega que tenha comandado os atentados de 2006 e de 2010. Nega também que esteja falando nas comunidades que José Júnior é um informante da polícia.

“Ele (José Junior) pode falar o que quiser. Eu sou a pessoa que mais tem casos de mediação de conflito. Já ajudei a acabar com 13 rebeliões no Rio e uma no Maranhão, entre outras”, afirma o pastor e acrescenta: “Meu trabalho é sério. Aqui se faz um trabalho social”.

Fonte: Verdade Gospel
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