Em duas decisões de segunda instância, a RedeTV! os refrigerantes Dolly e o empresário Laerte Codonho foram condenados a pagar R$ 2 milhões de indenização por danos morais à Coca-Cola.
Em uma das ações, no valor de R$ 1 milhão, o Tribunal de Justiça de São Paulo entendeu que o "Programa 100% Brasil", exibido em 2003 pela RedeTV! e patrocinado pela Dolly, veiculou reportagens, debates e entrevistas cujo único objetivo era "atacar sistematicamente" e "denegrir a imagem" da Coca-Cola.
Exibidos em formato jornalístico, os programas traziam
denúncias sobre supostas práticas de sonegação fiscal, corrupção, concorrência desleal e até uso de cocaína na famosa "fórmula secreta" da Coca-Cola.As denúncias repercutiram em Brasília, com abertura de investigações no Congresso Nacional e no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
Na outra ação, as empresas ligadas à Dolly (Dettal Participações, detentora da marca Dolly, e a engarrafadora Ragi) e mais o dono da marca, Larte Codonho, foram condenados em mais R$ 1 milhão pela divulgação de uma campanha difamatória em outdoors e em material publicitário veiculados no jornal americano "The Wall Street Journal" e também no "O Pasquim".
"Coca-Cola contém folha de coca? É ilegal? A Coca-Cola está acima da lei? Dolly", diziam os anúncios.
Em sua defesa, as empresas ligadas à Dolly afirmaram que os entrevistados não haviam recebido nenhum tipo de orientação e que deram depoimentos de forma espontânea.
A RedeTV! se defendeu no processo alegando que não tinha responsabilidade sobre o conteúdo do "Programa 100% Brasil", pois a compra do espaço na grade da TV foi acertada entre a Dolly e um terceiro, com autorização para comercializar horários na grade de programação da emissora.
O jornal Folha não conseguiu falar com as assessorias de imprensa da Dolly e da Rede TV!.
/Folha