O padre católico italiano Paolo Dall'Oglio, sequestrado na Síria em julho de 2013, foi visto vivo nos últimos meses em uma prisão do grupo terrorista Estado Islâmico (EI) na província nordeste de Al Raqqa, informou o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH) nesta terça-feira. Quem revelou à ONG foi um desertor do EI, que garantiu ter visto pessoalmente o jesuíta em uma prisão da organização na cidade de Al Tabqa, antes de sua deserção em setembro por questões ideológicas e religiosas.
Segundo o Observatório, Dall'Oglio foi sequestrado em 29 de julho de 2013, quando estava a caminho de um quartel do EI em Al Raqqa para se reunir com um emir do grupo terrorista. Pouco após seu sequestro, o governo italiano confirmou o desaparecimento do sacerdote e acrescentou que tudo indicava que estava nas mãos de um grupo islâmico, mas sem dar mais detalhes. O religioso foi expulso da Síria em junho de 2012, após mais de 30 anos vivendo no país, após criticar a situação de violência que a nação enfrentava e fazer um pedido pela reconciliação, o que irritou as autoridades sírias. Após ser expulso de sua paróquia, Dall'Oglio conseguiu retornar várias vezes ao território controlado pelos rebeldes sírios, no norte do país. Em seu perfil no Facebook, anunciou dois dias antes de desaparecer que tinha chegado à cidade de Al Raqqa para uma missão.
Bombardeios - Pelo menos 370 pessoas, muitas delas civis, morreram desde o início dos bombardeios da aviação da Rússia na Síria, em 30 de setembro, informou o OSDH. A ONG destacou que desses mortos pelo menos 127 eram civis - entre eles 36 menores de idade e 34 mulheres - e 243 eram combatentes de facções rebeldes sírias, o Frente Nusra (filial síria da Al Qaeda) e o grupo terrorista EI. Um dos últimos ataques de aviões russos aconteceu ontem à noite na província noroeste de Latakia, onde pelo menos 40 pessoas morreram e mais de cem ficaram feridas em um bombardeio contra localidades e bases de organizações insurgentes na área de Jabal al Akrad.
A Rússia é aliada do regime de Damasco e começou no último dia 30 uma campanha de bombardeios no território sírio contra o EI e outras organizações terroristas, segundo anunciaram responsáveis russos. No entanto, os Estados Unidos, Otan e opositores sírios denunciam que os aviões russos também tiveram como alvo zonas residenciais civis e posições de grupos rebeldes que lutam contra os terroristas do EI e para derrubar o ditador Bashar Assad.
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