Os investimentos da Record nas Olimpíadas de Londres

em sábado, 14 de julho de 2012


De olho no crescimento da audiência de grandes eventos esportivos, a emissora investe US$ 100 milhões na cobertura dos Jogos de Londres




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EQUIPE AFIADA
O comentarista Fernando Scherer, o vice-presidente Honorilton Gonçalves
e Ana Paula Padrão: (da esq. para a dir.) pilares da Record na Olimpíada
Entre os dias 27 de julho e 12 de agosto, 10,5 mil atletas enviados por 190 países vão se exibir para uma audiência televisiva global estimada em 5 bilhões de pessoas. Os Jogos Olímpicos de Londres, maior evento esportivo do planeta (a Copa do Mundo da África do Sul, 
em 2010, foi vista por “apenas” 3,2 bilhões de telespectadores), não impõem desafios somente para os competidores. Para as emissoras de tevê, a cobertura significa também a oportunidade de fazer história – seja com imagens espetaculares, seja com inovações tecnológicas ou entrevistas com os atletas estelares. No caso brasileiro, essa observação é ainda mais verdadeira. Depois de superar a Globo na briga pelos direitos televisivos, a Record será, pela primeira vez, responsável pela transmissão de uma Olimpíada. “A exclusividade na transmissão por tevê aberta mostra a confiança dos executivos do Comitê Olímpico Internacional no nosso trabalho”, diz Alexandre Raposo, presidente da Rede Record. 

Para a Record, os Jogos de Londres representam uma chance de ouro na disputa direta com a Globo pela liderança da tevê brasileira. Nos últimos anos, a audiência de eventos esportivos cresceu mais do que qualquer outro tipo de programação. 

A própria experiência recente da Record é exemplo disso. Graças à transmissão exclusiva dos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, em setembro de 2011, a emissora teve um crescimento de 7% de sua audiência no horário nobre.

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OLHAR OLÍMPICO
Câmeras exclusivas e 330 profissionais envolvidos na transmissão

Nos Jogos de Londres, a expectativa é de uma performance ainda melhor. Isso explica a operação de guerra montada para a cobertura da Olimpíada. Além dos US$ 30 milhões investidos na compra dos direitos de transmissão, a emissora vai desembolsar outros US$ 100 milhões em seu projeto olímpico. 

O estúdio que está sendo preparado nas dependências do IBC, centro de imprensa localizado dentro da Vila Olímpica, tem 750 metros quadrados e 330 profissionais serão enviados à Inglaterra, entre jornalistas, comentaristas e técnicos especializados. Vice-presidente artístico e de produção da Record, Honorilton Gonçalves explica as razões dos altos investimentos feitos para a transmissão da Olimpíada. “A programação esportiva é fun­damental para o crescimento e a consolidação de uma emissora, completando com o jornalismo e o entretenimento um tripé de sucesso.”

A Record enviou para Londres, de navio, 35 toneladas de equipamentos, a maioria deles comprados especialmente para o evento, como o telão interativo touch screen. Com ele, os apresentadores poderão acessar recursos de vídeo e análises gráficas com detalhes das competições. Já as câmeras robó­ticas servirão para mostrar ao público os bastidores da convivência dos atletas brasileiros na Vila Olímpica. “Colocaremos uma unidade móvel no centro de treinamento dos atletas com câmeras sem fio, conectadas via fibra ótica, para termos boletins constantes de como eles estão antes e depois das competições”, diz José Marcelo Amaral, diretor de operações e engenharia. A apresentadora Mylena Ciribelli – que embarca para a sua primeira Olimpíada – espera receber os atletas nos estúdios do seu “Esporte Fantástico”, atração até então semanal mas que terá apresentação diária durante o evento. “Vamos recebê-los quando suas competições terminarem, para não atrapalhar a concentração”, afirma Mylena. “Teremos também reportagens feitas nas próprias arenas esportivas para captar as impressões de tudo o que se passa na hora decisiva.” Os Jogos de Londres trouxeram para Mylena uma conquista pessoal. Ela foi escolhida pelo Comitê Olímpico Internacional para representar o Brasil na corrida da tocha que leva o fogo olímpico da Grécia para a Inglaterra, o que prova a importância da emissora na competição deste ano.
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A ESCOLHIDA
Mylena Ciribelli foi designada pelo COI para carregar a tocha olímpica
Segundo a Record, a ideia é abrir espaço para todas as provas e não apenas para aquelas mais afeitas ao público brasileiro. “Vamos mostrar modalidades pouco divulgadas no País com a convicção de levar ao telespectador o espírito esportivo que abastece os atletas em uma competição como essa”, diz Douglas Tavolaro, vice-presidente de jornalismo. A exceção será o futebol que, inevitável em um País como o Brasil, terá dedicação exclusiva. A Record preparou uma cobertura especial para acompanhar os passos do time comandado pela craque Neymar, peça-chave no sonho brasileiro de conquistar seu primeiro ouro olímpico no futebol. “Teremos duas unidades móveis que farão transmissões via satélite, uma sediada no hotel da Seleção e outra itinerante, que cobrirá os jogos diretamente dos estádios”, diz o diretor de engenharia José Amaral. “Uma outra unidade móvel fará cobertura de Londres para mostrar o comportamento das torcidas e fatos extracompetição.”

Um dos pilares do jornalismo na emissora é a apresentadora Ana Paula Padrão, que também é colunista de ISTOÉ. Experiente em eventos desse porte (ela cobriu os Jogos Olímpicos de Sidney, em 2000, e os Jogos de Inverno de Vancouver, em 2010), Ana Paula dá sua receita para uma boa transmissão: “Haverá dezenas de coisas acontecendo ao mesmo tempo, então é preciso fazer o dever de casa”, diz. “Não é fácil saber um pouco sobre cada esporte e sobre a história de cada atleta. O jeito é estudar muito.” Além de levar suas estrelas do jornalismo, a Record também apostou na contratação de comentaristas, a maioria deles atletas consagrados como o cestinha Oscar Schmidt, o campeão do mundo Romário e o medalhista olímpico da natação Fernando Scherer. Todos eles vêm enfrentando uma maratona de preparativos. “Todos os dias eu comento oito provas variadas como se estivesse ao vivo, para quando chegar na hora não perder sequer um lance”, diz Scherer, que usa imagens gravadas do último Mundial de Natação para aflorar sua veia de comentarista. “Eu entendo do esporte, agora a questão é me adequar no padrão de comunicador.” A Record também contratou uma fonoaudióloga para treinar seu time de comentaristas e jornalistas – além de aulas particulares, a especialista dá palestras com dicas de pronúncia e linguajar adequado.
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A CAMINHO DOS JOGOS
O presidente da Record, Alexandre Raposo:

“Exclusividade de transmissão mostra confiança do COI”
Independentemente do desempenho brasileiro em Londres, a Record já garantiu a vitória na disputa por exclusividade em pelo menos mais dois eventos futuros: os Jogos Pan-Americanos de Toronto, em 2015, e os de 2019, com sede ainda indefinida. Os Jogos Olímpicos de Inverno, em 2014, e a Olimpíada do Rio de Janeiro serão compartilhados com outras emissoras, mas também estarão no quadro de medalhas da Record. Trata-se da prova definitiva de que esporte traz audiência – e, claro, lucro para as emissoras.
Londres na rede
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O internauta estará muito bem servido durante os Jogos Olímpicos. Serão 4.760 horas de apresentação online gratuita oferecidas pelo Terra, detentor dos direitos de transmissão para a rede mundial e celulares. 

O portal terá 36 canais de vídeos simultâneos em alta definição e sem custo para qualquer usuário da internet. Segundo o Terra, a ideia não é trazer apenas as competições em tempo real, mas também os melhores momentos analisados por quem entende do assunto. Durante a cobertura, Marcelo Tas e o cineasta Henrique Goldman, há 20 anos morador de Londres, estarão ao lado de uma equipe acostumada com grandes eventos. A escalação conta com José Montanaro (vôlei), Milene Domingues (futebol feminino), Danielle Zangrando (judô), Carlos Ventura (atletismo), Raimundo Blanco (ginástica artística) e Ricardo Hirsch (triatlo, atletismo e ciclismo). Estima-se que, nos 17 países cobertos pelo Terra, pelo menos 100 milhões de pessoas assistam à Olimpíada de Londres por essa plataforma, sendo 50 milhões delas por celulares convencionais, 14 milhões por smartphones e 2 milhões por tablets.
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Por: 
Marcos Diego Nogueira
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