A programação da televisão brasileira é bem complicada e detonada, prova disso, são as novelas que passam todos os santos dias que tratam sempre o mesmo tema mostrando a imoralidade, prostituição, adultério etc... Os programas em sua grande maioria são de péssima qualidade, os filmes são repetidos, um filme passa na TV hoje daqui alguns meses é repetido, é enjoativo, não é à toa que o brasileiro está migrando para a web. Os telejornais mostram cenas de violência todos os dias.Não apenas mostram, mas também exploram demais. Reproduzo agora um texto publicado por o ex-governador do Rio de janeiro Leonel Brizola em 19 de janeiro de 1992, publicou no Jornal do Brasil, uma matéria cujo título era “O ovo da serpente.” A qual reproduzo abaixo:
“Durante uma semana – de 5 a 11 de janeiro de 1992 – uma equipe de pesquisadores acompanhou toda a programação da Rede Globo.
Foram
examinados meticulosamente 77 programas, entre filmes, seriados,
novelas, humorísticos, variedades, noticiários e infantis. Os
pesquisadores permaneceram 114 horas e 33 minutos diante da televisão.
Da totalização final, foram excluídos os programas jornalísticos para
separar o que é noticiário da programação escolhida deliberadamente pela
própria emissora.
O que estes pesquisadores encontraram foi uma verdadeira escola do crime e da violência.
Naquela
semana, a Globo exibiu 244 homicídios tentados ou consumados, 397
agressões, 190 ameaças, 11 seqüestros, 5 crimes sexuais com violência ou
ameaça, 26 crimes sexuais de sedução, 60 casos de condução de veículos
com perigo para terceiros ou sob efeito de drogas, 12 casos de tráfico
ou uso de drogas, 50 de formação de quadrilhas, 14 roubos, 11 furtos, 5
estelionatos, e mais 137 outros, entre os quais: tortura (12), corrupção
(4), crimes ambientais (3), apologia ao crime (2) e até mesmo suicídios
(3).
E não se diga que isto é veiculado nos chamados programas para adultos.
A
programação infantil é repleta de imagens de violência, inclusive em
desenhos animados, com 58 cenas diárias de violência. Projetando tal
constatação, verifica-se que anualmente a Rede Globo propicia às
crianças brasileiras a visão de 21.222 cenas de violência.
Se
considerarmos que a média diária geral da programação é de 166 cenas de
violência, chegaremos à conclusão de que a programação infantil detém
34,9% da violência diária transmitida pela TV Globo.
Para
os espectadores de novelas estão reservadas 150 cenas de crimes por
semana (média diária de 21,4). Já os apreciadores de seriados têm à
disposição 79 crimes semanais (média diária de 11,2).
E
quem acompanha a programação humorística e de variedades vai se deparar
com 74 episódios violentos, principalmente agressões (média diária de
10,5).
Os
documentos comprobatórios desta pesquisa encontram-se em poder do Dr.
Nilo Batista, Secretário de Justiça do Estado, à disposição de quem
desejar consultá-los.
Estes
números estarrecedores nos permitem questionar a autoridade moral da
Globo, tevê e rádio, e do jornal O Globo e o papel destrutivo que vêm
desempenhando.
Já
chamei a atenção de meus compatriotas para a instigante coincidência
entre o crescimento das Organizações Globo e o crescimento da violência
em nosso País. Esta pesquisa revela que não se trata de mera
coincidência. Estudos criminológicos – os mais respeitados – advertem
para as conseqüências da exposição de cenas de violência às crianças e
às pessoas ainda imaturas.
As
Organizações Globo, quanto a este aspecto, representam uma autêntica e
verdadeira escola do crime, reproduzindo e estimulando a cultura da
violência, que encontra campo fértil numa sociedade fortemente marcada
pela injustiça, pela pobreza e pelo atraso.
A
Globo, que comete contra nossas crianças e jovens este crime – que
países como os europeus de nenhuma forma admitiriam –, é a mesma que
utiliza seus maiores e melhores espaços para destruir um programa
educacional como o dos Cieps e dos Ciacs.
Minha
mensagem aos pais e avós é que defendam seus filhos e netos como
puderem, enquanto combatemos – como o pequeno Davi diante de Golias –
essa hidra gigantesca, diante da qual tantos se omitem ou, pior ainda,
se intimidam e se curvam, submissos."
Caro
leitor, o texto do ex-governador já faz mais de 19, 20 anos que foi escrito. E de
lá pra cá, como todos sabemos, as coisas pioraram muito.
Triste realidade enfrenta a televisão brasileira.
Paulo Gustavo Corrêa