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Minha resenha do livro "Crer ou não crer"

em quarta-feira, 20 de maio de 2020

A leitura é essencial na vida de qualquer ser. A leitura nos possibilita a pensar de maneira racional, a filosofar de maneira mais consciente. Ler nos leva a ter mente aberta, mas ressaltando que nem tudo que se ler nos abre nossa mente para novas ideias. Quando nos possibilitamos a ler apenas aquilo de nosso interesse estamos nos limitando a deter novos conhecimentos.

E pude perceber isso após ler o ‘Crer ou não Crer’.

O título do livro me chamou a atenção. Na verdade, não foi apenas o título, mas o que me deu a entender do que tratava o livro. Não era um livro escrito por apenas um autor, não é um livro como a grande parte dos livros a que temos acesso. Que é narrado por um autor. O Cre ou não Crer, é uma pequena obra. É breve a conversa entre um padre Católico (Fábio de Mello), e um historiador ateu (Leandro Karnal).

E como disse antes, é uma pequena obra, só que não a faz ser menos enriquecedora.

Numa cidade vizinha com a minha, entrei numa grande loja atacadista do Brasil, e de costume fui logo no canto que fica os livros, apesar de saber que a loja não tem um grande acervo em suas prateleiras, mesmo assim decidi ir até ela. Olhei os livros que a loja tinha, observei alguns, mas não me interessei. Fui olhando mais os títulos que ainda não tinha visto. Em pouco tempo, me vi de cara com o livro de capa amarela com um título instigante. As especificações que tem disponível na capa, além do título, óbvio, me fez ter a excelente ideia de comprá-lo e ser minha vítima de leitura.

Para ser mais ousado sobre a especificação que o livro traz. É importante ser dito que logo de cara achei que a leitura fosse sim ser um pouco de ataque disso ou daquilo, até por motivos comuns não é difícil detalhar uma conversa entre um religioso e um ateu. Para ser mais direto, a conversa acaba virando um debate e de debate muitas vezes acaba em brigas.

Só que isso não acontece com Crer ou não Crer.

Padre Fábio de Melo é sempre falado na mídia, sempre pacífico e ponderado em suas colocações. Só que sua crença que foi feita, por essa pessoa que vos escreve, partiu de um pressuposto totalmente generalizado e errado.

Leandro Karnal, este conhecia só por nome também. Nunca me interessei em entrar dentro de seu pensamento como entrei no Crer ou não Crer. Apesar de ateu, não generaliza o religioso. Não culpa Deus por causa dos males.

Achei muito maneiro o livro com a conversa entre os dois. Não os conhecia, a não ser apenas pelo nome. Mas para conhecer melhor resolvi comprar o livro. O livro me abriu a mente muito além daquilo que imaginei. No começo achei que seria uma conversa meio que provocativa, mas não. Super harmônica, apesar da diferença de crença e descrença.

Super valioso. A imagem que eu tinha do padre foi para o ralo. Muito inteligente. E do ateu também, apesar da descrença ele não se diz deter toda a verdade. Está disposto a ouvir também. Não é igual aqueles ateus que dizem que todo humano religioso é um perfeito babaca e otário.

Achei muito daora quando o padre diz que é ilusão achar que todo religioso é um ser ético, e logo depois Karnal não poupa os seus aliados da descrença, dizendo também que seria uma ilusão achar que a descrença faz o ateu ético. Ou seja, apesar de terem crenças diferentes, nenhum se mostrar estar acima de alguém.

Por quase por último, no fim da conversa, e não menos importante, temos o privilégio de ter o prefácio de Mario Sergio Cortella.

O livro nos abre com a conversa. No meio do livro concluímos que o respeito e a busca pela compreensão e também mais, a “paciência” para ouvir o que o outro tem a dizer, faz do livro ser muito mais valioso que o medo que nos oprime, muito mais valioso que a arrogância, muito mais valioso que a “cabeça dura” que nos perdura por tanto tempo. Cabeça dura que nos faz chegar a ficar na incoerência de achar que tudo que já temos de mundo já nos basta. A conversa entre os dois, me quebrou um paradigma.

Vale a leitura!

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