Um homem ser considerado Papa não é novidade. Mas acredite,
existe uma lenda que diz que um dia a Igreja Católica teve uma Papisa.
Conheça a história:
Pedro é segundo a fé
católica o primeiro líder depois da morte de Jesus,
tornando-se assim o primeiro papa da história. Desde Pedro, mais de
265 papas vieram.
Você pode imaginar parecer impossível, mas alguns registros
ajudam a sustentar a hipótese de que uma mulher liderou a Igreja Católica
durante a idade média. A mulher ficou conhecida como a Papisa Joana. E apesar
de a igreja ter declarado se tratar de uma lenda conspiratória, existem
questionamentos até hoje. Foi no século 9, quando as mulheres não podiam nem
estudar.
Uma escritora inglesa que se chama Donna Woolfolk Cross
passou sete anos pesquisando e reunindo todos os fatos conhecidos da vida de
Joana, extraídos de documentos raros em inglês, espanhol, francês, italiano e
latim. O trabalho culminou no livro Papisa Joana (Geração Editorial, 2009), que
inspirou o filme de mesmo nome.
Joana deve a sorte de receber incentivos dos irmãos mais
velhos que a ensinava a ler e interpretar textos. Isso tudo escondido do pai que
era religioso e bastante rígido. Logo seu desempenho e sabedoria chamaram a
atenção de um monge médico que virou seu tutor.
Então, o mestre passou a lecionar latim e grego à menina. A
vontade de aprender fez com que Joana fugisse de casa para estudar em um
seminário, que somente aceitou ter uma menina em sua turma sob autorização de
um bispo. Para que ela não dormisse junto dos rapazes, um conde chamado
Gerald aceitou-a em sua casa, onde ela viveu por anos.
Já adolescente, sobreviveu a um ataque viking e, a partir de
então, adotou uma identidade masculina, usando o nome de um dos irmãos, João
Ânglico. Como homem, foi aceita em um mosteiro beneditino, onde se destacou
como médica. Em pouco tempo, sua fama de curandeira se propagou em Roma, e ela
foi chamada para atender o Papa Sérgio II, que ficou doente. Assim, acabou se
tornando sua médica e porta-voz.
Em 847, após a morte do papa, Joana, como João Ânglico, foi
indicada e escolhida por votação popular para ocupar o trono papal. Mesmo pega
de surpresa, aceitou. Ela não esperava, porém, se reencontrar com o conde
Gerald, o único que sabia a verdade. Os dois, então, se apaixonaram.
Durante o ano de 847, “João Ânglico” teria promovido
inúmeras obras sociais e mudanças na Igreja. Na época as roupas eclesiásticas
eram folgadas e com capuz, o que facilitava o disfarce.
Durante uma procissão até o coliseu, entrou em trabalho de parto
e deu à luz a uma menina durante toda a multidão. [Parece história de novela].
Com sua identidade descoberta, Joana foi acusada de heresia, amarrada a um
cavalo e apedrejada até a morte.
Embora a história possa ser encontrada em vários livros da época,
dúvida ainda permanece.
Dizem que pode ter sido obra da Igreja Ortodoxa para desmoralizar
a Igreja Católica, ou do próprio catolicismo para passar uma mensagem às
mulheres devido ao final trágico da Papisa.
Alguns indícios da existência de Joana ainda dão muito pano a
manga. Uma cadeira de coroação papal com um buraco na parte dianteira teria
sido criada após o caso. Antes de ser coroado, o futuro Papa se sentava e um
diácono analisava se ele possuía testículos. A igreja diz ser uma cadeira para
banho. Além disso, por muito tempo os padres evitaram passar pela rua em que
Joana teria dado a luz.
A história ficou tão famosa que originou a carta de tarô “A
Papisa”.
A história da papisa Joana foi lembrada no século XIII pelo
escritor Esteban de Borbón, mas sem provas concretas. Em 1886, a trama voltou a
ser contada pelo grego Emmanuel Royidios e foi traduzida para o inglês por
Lawrence Durrell, em 1939. As versões variam em alguns detalhes, como quem era
o seu amante, a forma como morreu e qual papa ela sucedeu - em uma delas, teria
sido Leão IV, em 855.
Para saber mais sobre esta história, os especialistas recomendam
o livro “A Papisa Joana” de Donna Wolfolk ou assista o filme de 2009 de mesmo
nome dirigido por Heinrich Hadding. Nunca é errado saber mais.
Com informações dada na revista
História em Foco e no portal Terra.
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