A República Popular da China, maior país comunista da atualidade, tem surpreendido o globo desde a antiguidade por meio de suas gripes, pestes, epidemias e pandemias desencadeadas, principalmente, pelo consumo de animais selvagens.
Retomando a história, a primeira epidemia desencadeada pelos chineses tem origem na na Idade Média, a famosa peste bubônica, cuja bactéria era transmitida ao ser humano por pulgas que infestavam ratos e outros roedores. Após isso, observamos muitas outras, em 2003, por exemplo, a Sars (síndrome respiratória aguda grave). Em 2005, a gripe aviária e, agora, o novo coronavírus.
Esses surtos de repercussão internacional, segundo estudiosos, não acontecem por coincidência. Isso se deve, porque, além de sua grande população, o país tem como costume a venda animais vivos, inclusive silvestres, que são comercializados em pequenas gaiolas e expostas em mercados gigantescos com boxes muito próximos uns aos outros, para consumo. Esses locais são chamados ‘mercados molhados’.
Em janeiro de 2020, a pandemia já dava seus sinais, e a comprovação veio através do médico chinês Li Wenliang, que ao tentar alertar a população sobre a nova doença, fora rigorosamente censurado pelo governo comunista chinês e, infectado, veio a óbito. Aliás, segundo algumas fontes, a pandemia tem sua origem até antes desse acontecimento, circulando desde meados de setembro de 2019.
Nesta última terça-feira, 12 de maio, um estudo científico liderado pelos pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), apontou que o novo coronavírus circulava no Brasil e em outros países desde janeiro, corroborando assim, com as informações acima.
Cabe lembrar que a ditadura chinesa promove o maior ato de restrição a liberdade de expressão da História, onde, cinquenta mil censuradores participam do processo de controle da internet no país, conhecido como o ‘Grande Firewall da China’, sendo oficialmente proibido serviços como Gmail, Google, Facebook, Youtube e entre outros, além de controlar todas as redações de jornais do país. Outrossim, fica a pergunta: por quê a China tentou ao máximo ocultar as informações sobre o vírus?
Considerando o incidente com o médico Li Wenliang em janeiro e que a doença fora somente alertada à OMS em março, podemos observar cerca de três meses de atraso os quais seriam cruciais ao combate da pandemia.
Observe que, há um padrão inegável que envolve o surgimento das epidemias em relação a situação do capitalismo estatal chinês. Alguns chamam até mesmo de ‘Plano de Recuperação Econômico’, pois, o vetor financeiro chinês se beneficia com a crise, por causa da queda do preço do petróleo e das ações de grandes empresas no mundo, além da valorização do dólar.
Diante disso, a falta de diligência do governo comunista chinês por incentivar a prática dos ‘mercados molhados’, além de encobrir a doença, acarretou sérios prejuízos para a sociedade global e a vida humana, seja por meio das mortes acarretadas pelo vírus como também pelo declínio econômico gerado. Diante disso, é visível que a China tem grande parcela de responsabilidade no ocorrido.
Isto posto, é inadmissível a postura de defesa adotada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em relação ao governo comunista chinês, mesmo após tantas epidemias geradas a partir de seu território.
Nada obstante, também adota posição contrária contida em seu Regulamento Sanitário Internacional, o qual prevê que todo Estado tem a obrigação de informar a OMS a respeito de situações anômalas ocorridas em seus territórios relativas à saúde humana, sendo dever imperativo que vem expresso no art. 7º, vejamos:
“Caso um Estado Parte tiver evidências de um evento de saúde pública inesperado ou incomum dentro de seu território, independentemente de sua origem ou fonte, que possa constituir uma emergência de saúde pública de importância internacional, ele fornecerá todas as informações de saúde pública relevantes à OMS. Nesse caso, aplicam-se na íntegra as disposições do Artigo 6.” (grifo nosso)
Dispõe, em menção o artigo 6º, o prazo de 24 horas para que essa comunicação seja realizada, o que no caso, conforme noticiado e comprovado, passaram-se cerca de 3 meses até essa efetiva comunicação.
Então, por quê a China não sofreu nem uma advertência a respeito? A resposta está naturalmente ligada à crescente influência da China na ONU e OMS, pois é inegável, como demonstrado, a negligência chinesa sobre o ocorrido.
Até ontem (17/05), atingimos o número de 315.000 óbitos por covid-19 no mundo. Sim, é um número assustador. A população mundial fora abalada drasticamente em todos os âmbitos, familiar, profissional, educacional, empregatício etc. Mesmo assim, o governo comunista chinês, conforme evidenciado, mostra displicência quanto aos estragos causados.
Portanto, a República Popular da China faz jus a devida sanção internacional pelos danos produzidos em escala global, como algumas autoridades defendem. Entretanto, o que me preocupa é sua aproximação com a ONU — fazendo com que sua responsabilidade se dissolva no decorrer do tempo e, como diz um famoso ditado brasileiro: acabe em pizza.
Referências:
[1] https://istoe.com.br/oms-defende-china-de-criticas-americanas/
[4] https://www.bbc.com/portuguese/internacional-49877815
[5] https://noticias.uol.com.br/colunas/jamil-chade/2020/03/19/medico-chines-coronavirus.htm
[7] https://observador.pt/opiniao/china-covid-19-e-oms-quando-a-responsabilidade-morre-solteira/
[8] https://www.conjur.com.br/2020-abr-06/mazzuoli-possivel-responsabilizar-china-covid-19