Um novo documento divulgado pelo
Vaticano isenta os bispos da Igreja Católica da responsabilidade de
reportar acusações de abuso de crianças por clérigos à polícia. Segundo o
comunicado, os bispos devem se atentar às leis locais, mas sua única
tarefa é comunicar os casos de abuso internamente, aos superiores dentro
da Igreja.
“Não é necessariamente o dever dos
bispos denunciar os
suspeitos às autoridades, à polícia ou à promotoria local no momento em que ficam cientes dos crimes ou atos pecaminosos”, informa o documento de treinamento, destinado principalmente aos novos bispos.
suspeitos às autoridades, à polícia ou à promotoria local no momento em que ficam cientes dos crimes ou atos pecaminosos”, informa o documento de treinamento, destinado principalmente aos novos bispos.
As orientações foram escritas por um
monsenhor e psicoterapeuta francês, Tony Anatrella, que também serve
como consultor do Conselho Pontifício para a Família. O Vaticano
divulgou publicamente o documento – que faz parte de um programa de
formação para bispos recém-nomeados – em uma coletiva de imprensa no
início deste mês.
Embora reconheça que “a igreja tem sido
particularmente afetada por crimes sexuais contra crianças”, o guia de
treinamento enfatiza estatísticas que mostram que a grande maioria dos
abusos sexuais contra menores são cometidos dentro da própria família ou
por amigos e vizinhos, não outras figuras de autoridade.
O curso de treinamento para novos bispos
começou em 2001 e foi frequentado por cerca de 30% dos bispos católicos
no mundo. O novo guia de orientações escrito por Anatrella começou a
ser usado em setembro do ano passado, no curso de formação anual
organizado pela Congregação para os Bispos.
Desde o início de seu papado, o papa
Francisco pediu que a Igreja Católica enfrentasse os abusos de menores
ou adultos vulneráveis com “tolerância zero”, enfatizando que “tudo deve
ser feito para livrar a igreja da praga do abuso sexual”.
Fonte: VEJA